Clubes cariocas lamentam a morte de Maradona

-Por Lucas Meireles

A comoção pela notícia da morte de Diego Armando Maradona marcou a última quarta-feira (25). O craque argentino, que completou 60 anos no mês passado, faleceu no fim da manhã após sofrer um ataque cardíaco em casa. Através das redes sociais, os principais clubes do Rio de Janeiro expressaram o pesar pela partida de Don Diego.

Como jogador, Maradona nunca atuou no futebol carioca. Mas a história poderia ter sido diferente. Isso porque, segundo a Revista Placar divulgou, o Flamengo tinha planos de comprar o passe do craque, então no Napoli, em 1991.

Pelas redes sociais, o Rubro-Negro preferiu não recordar da história. Mas lamentou a morte do maior jogador argentino de todos os tempos. De acordo com o Fla, “perde o futebol, perde a sociedade”.

Os outros gigantes do Rio também compartilharam mensagens de luto, além de apoio aos familiares e amigos do craque argentino. O Botafogo chamou de “dia triste para a história do futebol”. O Fluminense disse que “o esporte, a partir de hoje, está um pouco mais triste”. Enquanto o Vasco definiu como “hoje a comunidade do futebol mundial está de luto”.

Ex-jogadores também lamentaram

Contemporâneos ao camisa 10 ou não, alguns ex-jogadores também sentiram a morte do craque argentino. Maior ídolo da história do Flamengo, Zico,  comparado muitas vezes com Maradona, o chamou de maior da sua geração.

“Grande amigo que alegrou o nosso Jogo das Estrelas e meu deu o prazer de jogar ao seu lado. Obrigado Diego por tudo que você fez pelo futebol e pela amizade”, escreveu o Galinho de Quintino, que cruzou o caminho do argentino em algumas oportunidades como, por exemplo, na Libertadores de 1981 e na Copa do Mundo de 1982.

Bicampeão brasileiro pelo Fluminense em 2010 e 2012, Deco disse que Maradona será lembrado eternamente. O camisa 20 disse que era “cedo demais para partir”. Enquanto Ronaldinho Gaúcho afirmou que as conversas com El Pibe vão ficar guardadas com carinho. O ex-jogador, que defendeu a dupla Fla-Flu, relembrou uma partida de futebol 5 que jogou ao lado de Maradona e o chamou de “bruxo dos bruxos” – em alusão ao apelido que recebeu na internet.

Mas, se a morte de Maradona foi sentida pelos brasileiros, imagina para um argentino. Um dos maiores ídolos da história recente do Fluminense, o ex-meia Dario Conca, escreveu um texto emocionante nas redes sociais. “O dia é triste quando se perde nossa referência. Porque, para mim, quando era um menino, só existia um super-herói e esse se chamava Maradona. Em cada partida de futebol, todos queríamos ser Maradona por sua técnica, por seus gols, por toda humildade e sobretudo por defender sempre nosso país, nossa bandeira, nossa camisa e nossa pátria. Nosso respeito sempre. Podem te imitar, mas te igualar jamais”, escreveu o ex-jogador, que defendeu também Vasco e Flamengo no futebol carioca.

Morte de Maradona

Diego Armando Maradona estava em casa, na província de Tigre, enquanto se recuperava de uma cirurgia para a retirada de um coágulo no cérebro. Quando, no fim da manhã de quarta-feira (25), sofreu uma parada cardiorrespiratória resultando em um edema pulmonar. O periódico Clarín, da Argentina, divulgou as primeiras informações da morte de El Pibe.

No fim da tarde, uma multidão de argentinos, intitulados de “pueblo maradoniano” (povo maradoniano em tradução livre) se juntou em frente ao Obelisco, um dos principais pontos turísticos de Buenos Aires, para lamentar a morte de Don Diego. Rivais, Boca Junior, clube que Maradona defendeu em duas passagens, e River Plate também prestaram homenagens ao ex-camisa 10 da Seleção Argentina.

O país vizinho prometeu um velório de três dias na Casa Rosada, sede do governo argentino. Mesmo com a pandemia da COVID19 e as recomendações para o distanciamento social, milhares de pessoas são aguardadas para dar o último adeus ao craque.

Este foi o último capítulo de uma vida repleta de altos e baixos. Da consagração na Copa de 1986 ao corte por doping em 1994. Da superação após uma infância difícil na periferia de Buenos Aires ao vicio em drogas. Do talento genial ao temperamento genioso. Para muitos, Maradona era um deus. Mas, como descreve o escritor uruguaio Eduardo Galeano, dos deuses Maradona era o mais humano.

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