Principais estádios do futebol carioca

Clique e navegue pelos principais campos e estádios do futebol carioca

Maracanã, Engenhão, São Januário… Mesmo que você não seja aquela pessoa mais apaixonada por futebol, sabe que esses nomes se referem a grandes e tradicionais estádios do futebol carioca. São “templos” que abrigam mais do que um gramado cercado por quatro linhas e alguns milhares de bancos ao redor. Esses estádios possuem incontáveis histórias, sejam eles desportivas, políticas ou sociais. Também foram palcos para duelos que ficaram marcados na história do Cariocão e para grandes jogadores que tiveram a oportunidade de disputar o campeonato mais charmoso do Brasil. Mas, o que talvez você não saiba, ou melhor, não conheça, são os outros estádios que representam tão bem a história do Estadual. Você sabia que o futebol carioca e nacional surgiu e se desenvolveu em estádios bem menos badalos do que esses citados?


(Foto: Facebook Oficial São Cristóvão F. R)

Vamos começar pelo início, ou melhor, pelo Figueira de Melo. O estádio do São Cristóvão de Futebol e Regatas é chamado hoje de Ronaldo Nazário de Lima em homenagem a um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, que surgiu ali. Construído em 1916, foi o primeiro a completar 100 anos no estado.


O Clube Cadete foi campeão carioca na edição de 1926, mas o fato curioso é que na campanha do título a equipe da Zona Norte mandou seus jogos em um famoso campo da Zona Sul, o Campo da Rua Paissandu. Composto por arquibancadas feitas de madeira e uma paisagem formada principalmente por enormes palmeiras – que compõe o paisagismo do bairro até hoje, o campo pertencia ao Paissandu Atlético Clube, localizado no bairro das Laranjeiras. Também foi a casa do Flamengo até a década de 1930 e palco de um jogo amistoso da Seleção Brasileira, contra o Barracas da Argentina, em 1917.


O primeiro grande palco de cimento da América Latina construído para receber jogos importantes foi a Laranjeiras, em 1919. Três anos depois, o estádio que pertence ao Fluminense Futebol Clube teve sua capacidade aumentada de 19 para 25 mil, para que pudesse receber três grandes eventos: o centenário da Independência do Brasil, os Jogos Olímpicos Latino-Americanos (precursor dos Jogos Pan-Americanos) e o Campeonato Sul-Americano de Seleções Nacionais (como era conhecida a Copa América e primeiro título da seleção brasileira). Antes mesmo da construção da estrutura do estádio, o palco já havia ficado marcado na história do futebol nacional por ter sediado o primeiro jogo da seleção. O local ainda era conhecido como Campo da Rua Guanabara e sediou o duelo contra o Exeter City, da Inglaterra, com cerca de três mil torcedores presentes no local


Em 1947 a construção do Estádio Proletário Guilherme da Silveira entrava para a história do futebol estadual e nacional. Pertence ao Bangu Atlético Clube e foi feito sob forte influência britânica. Era utilizado por proletários da antiga Fábrica de Tecidos Bangu e fica localizado ao norte da linha férrea do bairro que deu nome ao clube. A nova construção marcou uma das etapas mais importantes do futebol: o fortalecimento do esporte no subúrbio carioca, que até então era praticado sobretudo pelas classes hegemônicas da Zona Sul da cidade, onde se encontravam a maioria dos campos e estádios. A partir da década de 1940, um movimento de expansão da prática futebol aconteceu com a construção de diversos estádios no subúrbio. Conselheiro Galvão (Madureira), Rua Bariri (Olaria), Teixeira de Castro (Bonsucesso), e posteriormente, nas décadas seguintes, Maracanã (1950), Ítalo del Cima (Campo Grande, 1960), e o Luso-Brasileiro (Portuguesa, 1965) são alguns exemplos de estádios que se somam ao Guilherme da Silveira


Anterior à construção do estádio, que ficou popularmente conhecido como “Moça Bonita”, a equipe banguense mandava seus jogos no campo da rua Ferrer , sua primeira casa desde 1906. O terreno que abrigava o campo ficava entre a fábrica de tecidos e a sede oficial do clube. Devido a ótima localização — no coração do bairro — e à crescente urbanização no local, o perímetro foi vendido para a construção de um centro comercial. O então presidente da Fábrica de Tecidos Bangu, Doutor Silveirinha, doou um novo terreno e pagou pela construção do estádio. Como a associação do futebol que era praticado apenas entre funcionários da fábrica e em homenagem ao presidente, definiu-se que o nome da nova casa do Bangu seria “Estádio Proletário Guilherme da Silveira”.